Nomofobia, nome usado para viciados em celulares- é a angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem o aparelho por mais de um dia.Termo surgiu na Inglaterra.
A palavra é uma abreviação de “no mobile phobia” que, literalmente,
significa o medo de ficar sem celular. Segundo pesquisas da empresa de
segurança SecurEnvoy, cerca de 76% dos jovens britânicos entre 18 e 24
anos sofrem do mal e alguns chegam a ter dois ou mais aparelhos para
garantir que sempre estarão online.Os franceses também exibiram resultado semelhante. De acordo com
pesquisa realizada pela Mingle, 22% dos jovens do país acham impossível
ficar um dia inteiro sem celular. Números semelhantes se repetem em
diversos países da Europa.
Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio
dele. Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos
prazerosos dos quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número
de brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares
que fazem muito mais que falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos
programas de GPS e navegamos em redes sociais. O tempo todo. Observe a
seu redor. Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do
celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. Enquanto namoram.
Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo
enquanto dirigem.
"É uma dependência difícil de eliminar”, diz o psiquiatra americano David
Greenfield, diretor do Centro para Tratamento de Vício em Internet e
Tecnologia, na cidade de West Hartford. “Nosso cérebro se acostuma a
receber essas novidades constantemente e passa a procurar por elas a
todo instante.” O pai de todos os vícios, claro, é o Facebook,
maior rede social do mundo, onde publicamos notícias sobre nós mesmos
como se alimentássemos um grande jornal coletivo sobre a vida cotidiana.
Depois dele, novas redes foram criadas e apertaram o nó da dependência.
Programas de troca de fotos como o Instagram conectam milhões de
pessoas por meio das imagens feitas pelas câmeras cada vez mais potentes
dos celulares. Os aplicativos de trocas de mensagem, como o Whatsapp,
promovem bate-papos escritos que se assemelham a uma conversa na mesa do
bar. O final dessa história pode ser dramático. Interagir com o
aparelho – e com centenas de amigos escondidos sob a tela de cristal –
tornou-se para alguns uma compulsão tão violenta que pode colocar a
própria vida em risco. Antes restritos à voz, os celulares inteligentes se transformaram em
computadores portáteis que carregamos no bolso, às vezes sem nos dar
conta de que dentro deles estão nosso círculo de amigos, nosso trabalho,
nossas lembranças e – sobretudo – nossa disposição em responder a
qualquer interrupção. Ele toca, vibra ou faz apenas aquele inconfundível
ruído de chegada de uma nova mensagem – e pronto! Lá estamos nós
digitando no meio da reunião, da aula, do almoço, do encontro amoroso,
quando não em situações arriscadíssimas como o volante ou a mesa de
cirurgia.
Ninguém defenderá a volta a um mundo antigo, sem os confortos do mundo
digital – até porque, de um ponto de vista puramente pragmático, isso é
impossível. Mas é inegável que as novas tecnologias despertam novos
padrões de comportamento e exigem profundas mudanças de hábito, para que
cada indivíduo aprenda a conviver com elas de modo saudável. Os
smartphones se tornaram ferramentas essenciais para a agilidade e a
presteza, hoje tão necessárias para garantir os níveis de produtividade
exigidos na economia moderna. Mas não podemos nos tornar escravos deles.
É preciso saber a hora de desligar. E fazê-lo sem medo, sem sentimento
de culpa e com a certeza de que somos nós – seres humanos – que devemos
comandar as máquinas. E não o contrário.
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